Crônica da equipe do CalourECO de 2007-1
A experiência de entrada na faculdade poderia ser definida por uma característica básica: impactante. Sair de um ambiente em que há certo e errado e, de repente, se deparar com outro em que não há nada a não ser a realidade e você, com seu livre-arbítrio e senso de direção, é perceber que o mundo e nós somos bem maiores do que pensávamos. Num instante, a rotina de Ensino Médio transforma-se em responsabilidades, novas experiências e maturidade – chegou a hora de crescer.
O começo das aulas já mostra diferenças em relação ao que se vive no colégio: professores faltosos, milhares e milhares de leituras a fazer e, é claro, as horas de espera gastas na fila do xerox.
O rito de passagem se materializou na Semana de Calouros, que trouxe coisas boas e ruins. O entrosamento entre calouros e veteranos se deu naturalmente e a animação dos novatos no dia do trote superou expectativas. As surpreendentes oficinas também marcaram presença. Quem dos calouros imaginou que, antes de ter a primeira aula, estaria aprendendo a filmar com enquadramento, os efeitos da luz na fotografia, gravando curtas metragens etc?
A gincana, porém, foi maçante e insossa devido ao atraso e à escassez da boa e velha “birita”, que desmascara qualquer pudico(a). Contudo, ela mostrou as caras e todo o resto na confraternização diária no, agora por todos, aclamado Sujinho, que nos levou, enfim, das aulas de física às aulas da vida.
Depois de misturar tanta leitura, aula, oficina e cerveja, finalmente chegamos em casa, percebendo não ter tempo para nada, e nos achamos entre o riso e o choro – é coisa estranha (até paradoxal) ser calouro, ser gente. Entrar na universidade – entrar na ECO – não é, porém, se perceber vivo ou ser pensante: é se perceber com sede, em alguns vários sentidos e, pela primeiríssima vez, sentir aquele gostinho agridoce de ser dono do próprio nariz.
Texto: Manuela, Fernanda, Cinthia, Seiji e Monique. Edição: Manuela, Cinthia e Kahena.
março 20, 2007
Sobre Nossos Narizes
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